segunda-feira, 18 de outubro de 2010

UMA ATITUDE CORAJOSA ,LEGÍTIMA ,E PATRIÓTICA .

EDITORIAL DO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO


Jornal O Estado de S. Paulo toma decisão surpreendente e dá apoio oficial a
José Serra

O jornal paulista O Estado de S. Paulo tomou uma decisão inédita na
imprensa brasileira e declarou apoio formal à candidatura à Presidência da
República de José Serra (PSDB). O jornal fez isso por meio da publicação de
um editorial, que diz o seguinte:

"O MAL A EVITAR"
"A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se
comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal.
Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem
também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como
quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração
moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as
opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página
editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se
comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral
em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria
sobrevivência da democracia neste país. Com todo o peso da responsabilidade
à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura
de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do
candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode
representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social
pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o
candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal
para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o
dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa
denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O
presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si.
Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de
presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais
sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o
responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito
presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar
da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os
eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, na eleição, não é apenas
a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de
dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de
fazer. O que o eleitor decidirá de mai s importante é se deixará a máquina
do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem
uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.
Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final
de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes,
alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se
orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada
nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o
desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm
permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de
vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob
esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país
melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se
desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de
desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente
frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte,
de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não
mero objeto. Se a política é a arte de aliar meios afins, Lula e seu
entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo:
manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos
agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o
solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a
começar pelo Congresso E o que dizer da postura nada edificante de um chefe
de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega
descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta
é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros.
Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar:
"Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?"
"ESTE É O MAL A EVITAR

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