domingo, 17 de outubro de 2010

A Fita Branca algo para meditar ...

O Globo publicou meses atrás uma crônica de Arthur Dapieve sobre o filme A Fita Branca. Nela, o cronista explica que o filme "denuncia a maldade em gestação a cada vez que um grupo ou um Estado tenta aprisionar o ser humano num modelo", concluindo: "é como se a hipertrofia de qualquer moralidade se tornasse uma doença autoimune".

      Uma boa maneira de tentar entender como toda uma geração jovem adulta abraçou o nazismo na Alemanha da década de 30, seria investigar como era a educação que eles recebiam quando crianças e adolescentes - 1913, às vésperas da 1ª Guerra Mundial, ano em que se passa a história do filme, numa típica pequena vila do interior da Alemanha. E o sistema não era mole não! Os adultos eram figuras opressoras, que impunham respeito e ordem através da repressão física e moral. Já as crianças, passivamente enfrentavam a dor e a ignorância. Sofrem calados e conforme crescem, maturam em si a maldade que lhes foi imposta. Junte-se a isso o choque e humilhação na população alemã, causado pelas duras sanções impostas pelo Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à 1ª GM. Junte-se a isso a mão de ferro opressora do nazismo em ascensão. O que se tem? Uma geração prontinha para reproduzir todo o mal a que eram submetidos desde sempre.

      ”Gostaria que as pessoas vissem A Fita Branca como um filme sobre a perversão dos ideais. Uma educação muito rígida leva à deformação e ao fanatismo. Temos aí a origem não só do nazismo, mas do terrorismo, que tanto aflige o mundo moderno.” – Michael Haneke, o diretor do filme, em entrevista ao O Estado de São Paulo.
      Agora pense no Brasil, com todos estes anos de imoralidade, ilegalidade, falta de ética, corrupção desenfreada, com tantos crimes deste tipo que vão ficando sem punição, amontoando-se uns aos outros na vala da história. Os nossos sistemas eleitoral, legislativo e judiciário são de modo tal, que favorecem descaradamente os políticos e autoridades que se aproveitam das brechas para cometerem todo tipo de barbaridades. Acho que há uma "maldade em gestação" por aí... ou será que já pariu! Parafraseando o Dapieve, "é como se a hipertrofia de qualquer imoralidade se tornasse uma doença autoimune."
      Como lidar com uma coisa dessas?! Estamos na iminência de mais 8 anos de governo petista, sob a liderança da Dilma, uma pessoa que tem demonstrado não merecer a nossa confiança, assim como vários do bando que a cerca. Mais 8 anos para eles continuarem com suas nocivas práticas políticas. Além disso, será que essas pessoas não irão se meter em aventuras ideológicas radicais, como vários dos governos queridinhos ao PT? Melhor que o Serra vença e comece a fazer a faxina - ele será cobrado por isso.
      Mas e se tudo der errado e eles, com a sociedade anestesiada pelo Bolsa Ópio, pelo aparelhamento estatal, pelos cargos comissionados, pelas maiorias cooptadas nas casas legislativas, pelo lulismo, pelo pagamento em 12 x sem juros, ousarem atentar contra os valores da liberdade e da democracia? Ora, se o caldo engrossar mesmo, a quem as classes mais esclarecidas irão recorrer? Às ONG, aos senhores de paletó e gravata, aos senhores de jaleco branco, aos senhores de batina? Não, elas vão recorrer aos milicos, que pertencem a instituições muito difíceis de serem cooptadas. Já fizeram isto outras vezes.
      Nessa situação-limite, é como diz o Capitão Nascimento: "E missão dada, parceiro, é missão cumprida.”

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