segunda-feira, 1 de abril de 2013

Já Que Estamos Desejosos De Que O Novo Papa ...


... conduza a Igreja de Cristo para superar o mundo moderno e nos levar à um novo cenário de maior Paz e Harmonia entre os Homens ... vamos meditar sobre a realidade em  que vivemos mergulhados para podermos vislumbrar onde queremos chegar ! Para tanto passo aos meus leitores um Roteiro  que o Prof. Milton de minha Neta distribuiu aos seus alunos do segundo grau :
Roteiro para meditar sobre : Atualidades
A Natureza das Atualidades / A questão do olhar

1- As bases históricas do mundo contemporâneo: as heranças do Séc. XX
2- Os grandes organismos internacionais : FMI, OMC e ONU, evolução histórica e panorama atual
3- Conceitos: Pós-Moderno e Nova Ordem Mundial
4- Atualidades e suas fontes : a questão da mídia
5- Hegemonia ou Multipolaridade : O poder no Séc XXI
6- Blocos Regionais : União Européia, NAFTA, MERCOSUL, ALBA,UNASUL, etc
7- Ricos e Pobres : os Fóruns de Davos e Porto Alegre
8- O Humor como ferramenta : Interpretando charges e afins.


A questão do olhar.

Diferentemente das disciplinas clássicas, tradicionais do Ensino Médio, o campo da ‘Atualidades’ na verdade nelas se apóia e também dialoga com os mais vários elementos de diversas áreas do saber.
Assim torna-se obrigatório que antes de iniciarmos a abordagem dos temas propriamente ditos, atentemos para a forma pela qual o ‘mundo atual’ se apresenta à nossa compreensão e como o percebemos.
Neste plano é necessário que além de definirmos os possíveis temas e assuntos que estudaremos, façamos uma breve reflexão acerca das formas pelas quais o conhecimento e as informações nos são apresentadas.
Para tanto iniciamos os encontros chamando a atenção para a oportuna herança a nós legada por dois grandes artistas,um brasileiro e um francês : Artur Bispo do Rosário e Marcel Duchamp. Dois mestres reconhecidos internacionalmente por suas contribuições acerca das perspectivas pelas quais nos apropriamos das impressões do mundo.
Bispo do Rosário, pra alguns louco, pra muitos gênio, acreditava ter recebido uma missão divina e assim como missionário de Deus teria de reproduzir o mundo que vivia, condição que o coloca próximo ao intento de quem deseja entender o mundo atual e ironicamente perto de nosso intento. E nesta ‘missão’ Rosário produz a partir de sucata, objetos que acabaram sendo reconhecidos bem depois como genuína arte surpreendentemente afinada com as mais badaladas tendências da vanguarda. Atento ao cotidiano, tal qual nós observadores da Atualidade também devemos estar, Bispo do Rosário conseguiu de forma particular ‘driblar’ todo um contexto que o excluía e de forma extremamente criativa e ousada ler e re-elaborar a realidade que se apresentava de forma absoluta, manipulando signos e informações.
Como referência deste artista, o registro de que ele possuiu a honra de ocupar o salão nobre da exposição ‘Brasil 500 anos’, importante mostra que procurou reunir elementos dos mais variados campos da cultura brasileira em toda sua história.

Links :

Tal como Bispo do Rosário, Marcel Duchamp, nosso outro artista de referência, também é exótico e rico de significados para a relação com a realidade e a compreensão da ‘Atualidade’. De inspiração impressionista, expressionista e cubista, marca do início do século passado, Duchamp ainda é referência obrigatória para uma melhor abordagem da estrutura cultural de nosso tempo, a partir de suas contribuições que, se podem ser aqui reduzidas, representaram na verdade uma radical crítica a própria relação comum que tínhamos até então com a obra de arte, propondo e exercitando uma nova forma de se olhar as coisas, uma perspectiva artística que nos leve além do eixo bom x mal gosto, mas aponte para significados mais complexos e profundos de nossa apreensão da realidade. Assim com Rosário, outro bom exemplo de possibilidades úteis e apropriadas para a compreensão de um mundo tal qual se nos apresenta nos dias atuais
Textos de apoio -
2- “A hegemonia, da forma como a entendo, envolve liderança, capacidade de mobilizar outros países de acordo com uma agenda particular. Em outras palavras, significa fazer com que os outros países acreditem em um consenso em torno desse líder, na sua capacidade de agir em favor do interesse dos liderados. Nesse sentido, os Estados Unidos não são mais hegemônicos. Por enquanto, são a maior economia, e aquela com o maior aparato militar. E é precisamente por isso que podem dominar: porque têm um impacto sobre o mundo muito maior do que qualquer outra nação. Esse domínio, contudo, não significa que os outros países necessariamente seguirão sua liderança. Na verdade, eles não a seguem mais. Os Estados Unidos permanecerão dominantes, mas não aptos a liderar o mundo como fizeram, por exemplo, ao final da Guerra Fria. Naquele período, eles eram capazes não só de criar alianças políticas e combinações, mas também tinham o poder de induzir europeus e japoneses a superar antigas diferenças com o objetivo de reconstruir a economia mundial. Agora, os Estados Unidos não têm mais o poder para exercer a liderança rumo à reconstrução. É assim que eles têm o domínio sem a hegemonia. “Giovanni Arrighi, professor de Sociologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore
3- “Assim como nos últimos anos entraram na moda certos produtos light – o tabaco, algumas bebidas e certos alimentos –, também se foi gerando um tipo de homem que poderia ser qualificado como o homem light.
Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas que carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo. Presenciou tantas mudanças, tão rápidas e num tempo tão curto, que começa a não saber a que ater-se ou, o que é o mesmo, faz suas afirmações como «tudo vale», «tanto faz» ou «as coisas mudaram».”
Henrique Rojas - “O Homem Light. Uma Vida sem Valores”
4- “Somos todos pós-modernos?
A resposta é sim se comungamos essa angústia, essa frustração frente aos sonhos idílicos da modernidade. Quem diria que a revolução russa terminaria em gulags, a chinesa em capitalismo de Estado; e tantos partidos de esquerda assumiriam o poder como o violinista que pega o instrumento com a esquerda e toca com a direita? Nenhum sistema filosófico resiste, hoje, à mercantilização da sociedade: a arte virou moda; a moda, improviso; o improviso, esperteza. As transgressões já não são exceções, e sim regras. O avanço da tecnologia, da informatização, da robótica, a gloogleatização da cultura, a telecelularização das relações humanas, a banalização da violência, são fatores que nos mergulham em atitudes e formas de pensar pessimistas e provocadoras, anárquicas e conservadoras.” Frei Betto Escritor e assessor de movimentos sociais [Autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros].
5- “A modernidade representou uma dominação da razão. Em contraparte, a pós-modernidade representou o retorno de uma pluralidade, ou seja, também um retorno da emoção, da 'magia', da afetividade. Enfim, uma volta do que se perdeu na modernidade, que tentou racionalizar todos esses aspectos. [...]- Não faço uma crítica unicamente aos marxistas. Faço uma crítica aos marxistas e aos positivistas. Pois tanto uns quanto os outros, continuam presos ao esquema analítico do século 19. O legado desse esquema analítico é o racionalismo. Mas não quero fazer só uma crítica da razão e do racionalismo. Quero completar a razão com o sensível.” Michel Maffesoli , sociólogo, autor : MODERNIDADE X PÓS-MODERNIDADE, "Elogio da Razão Sensível"
6- “(...) Outros adotaram a mística do pós-modernismo, que se esforça para cultivar a ignorância da história e da cultura modernas e se manifesta como se todos os sentimentos humanos, toda a expressividade, atividade, sexualidade e senso de comunidade acabassem de ser inventados – pelos pós-modernistas – e fossem desconhecidos, ou mesmo inconcebíveis até a semana passada. “
Marshall Berman autor de “Tudo que è sólido desmancha no ar – A aventura da modernidade”
Pois é ... criticar é fácil ... construir é mais trabalhoso  : assim, mãos à obra ... vamos ajudar o Francisco ! Acredito que esse Roteiro seja um bom início ... até mais , e boa sorte !

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